A segunda vinda de Cristo é uma das doutrinas centrais do cristianismo, apontada pelas Escrituras como o ponto alto do plano redentor de Deus ao perdido. Essa promessa não é apenas uma expectativa distante: é uma verdade viva que transforma a maneira como vivemos o presente.
Quando consideramos a certeza da volta de Jesus, encontramos conforto em meio às dificuldades, propósito no presente e a garantia de um futuro glorioso no qual Ele reinará soberanamente.
A Escatologia (estudo das últimas coisas) é a espinha dorsal de toda a Bíblia, iniciando no Jardim do Éden após a queda (Gênesis 3) e terminando com os Novos Céus e Nova Terra (Apocalipse 21 e 22).
O conhecimento das Revelações não deve nos colocar em um lugar de soberba, mas produzir em nós um crescente desejo de sermos agradáveis a Deus.¹ A Escatologia deve nos levar a viver uma vida de Santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor.²
A viva esperança que nos sustenta
Vivemos em um mundo marcado pelo pecado. Sofrimento, injustiça, guerras, doenças, conflitos sociais e desastres naturais nos lembram constantemente da fragilidade da condição humana. Contudo, a promessa da segunda vinda de Cristo oferece um “antídoto” contra o desespero. Jesus declarou:
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito.
Vou preparar-vos lugar. E quando eu for e vos preparar lugar,
voltarei e vos receberei para mim mesmo,
para que onde eu estou estejais vós também.”
(João 14.1–3)
Essa garantia do retorno de Cristo nos dá a certeza de que a história não está fora de controle. Apesar das tribulações temporais, Deus tem um propósito eterno e soberano. Saber que Jesus voltará para buscar os que creem nEle e estabelecer Seu Reino de paz eterna nos enche de esperança. A certeza de que a justiça será plenamente realizada nos encoraja a enfrentar os desafios com confiança, sabendo que o mal não prevalecerá.
Impacto no presente
A realidade da segunda vinda de Cristo não é apenas uma promessa futura: ela molda nossas vidas agora. Em sua carta a Tito, o apóstolo Paulo descreve essa expectativa como uma motivação para uma vida piedosa:
“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens,
ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas,
vivamos neste presente século de forma sensata, justa e piedosa,
aguardando a bem-aventurada esperança
e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo.”
(Tito 2.11–13)
A segunda vinda de Cristo nos lembra também da necessidade de estarmos prontos. Jesus advertiu:
“Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor.”
(Mateus 24.42)
Essa vigilância não é condicional para nossa salvação. O Senhor garantiu que todos aqueles que Lhe pertencem estarão com Ele na eternidade.³ Porém, não é uma espera passiva, mas ativa, refletindo em uma vida marcada pela obediência, serviço e amor ao próximo.
Saber que Jesus voltará nos encoraja a buscar a santidade e perseverar em meio às dificuldades. Também nos inspira a sermos testemunhas fiéis, compartilhando o Evangelho com os que ainda não conhecem a Cristo. A realidade do retorno de Jesus nos impulsiona a viver uma “urgência espiritual”, priorizando o que é eterno.
Além disso, nos dá força para enfrentar perdas e desafios com uma perspectiva celestial. Quando confrontados com sofrimento ou injustiça, lembramos que o sofrimento presente não é digno de ser comparado com a glória que será revelada (Romanos 8.18). Isso nos permite viver com uma fé inabalável e um coração agradecido, mesmo em meio às provações.
As promessas da segunda vinda de Cristo
A Bíblia apresenta várias promessas gloriosas relacionadas à segunda vinda de Cristo, trazendo clareza e conforto ao coração dos crentes:
A redenção completa dos crentes
Quando Jesus voltar, os salvos serão transformados. Em 1 Coríntios 15.52, Paulo declara: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”. Este evento marca a glorificação dos crentes, quando receberemos corpos glorificados, livres do pecado e da mortalidade.
O triunfo definitivo sobre o mal
Na segunda vinda, Cristo derrotará de forma definitiva Satanás e todo o poder do mal. Apocalipse 19.11–16 descreve o retorno triunfante de Jesus como o Rei dos reis e Senhor dos senhores, vindo para julgar as nações e estabelecer Seu Reino de justiça.
A restauração do reino
A promessa de um Reino literal de mil anos, em que Cristo reinará com justiça e paz, é um lembrete de que o propósito original de Deus para a humanidade será plenamente cumprido.²
A Eternidade com Cristo
A segunda vinda de Cristo marcará o início da eternidade com Deus para todos os que colocaram sua fé nEle. Apocalipse 21.3 e 4 declara:
“E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia:
Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Ele habitará com eles,
e eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.
Ele enxugará de seus olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto,
nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.”
Essas promessas não apenas oferecem um vislumbre do que está por vir, mas também sustentam nossa fé no presente.
Esperança e reinado futuro
A segunda vinda de Cristo não é apenas uma doutrina teológica: é uma realidade transformadora que traz esperança, molda nosso presente e assegura nosso futuro. Ela nos lembra que a história está caminhando para um clímax glorioso, no qual Cristo reinará soberanamente e todas as coisas serão restauradas.
Enquanto aguardamos esse dia, somos chamados a viver de forma vigilante, comprometidos com a santidade e com o avanço do Evangelho. Essa esperança nos fortalece para enfrentar os desafios da vida e nos motiva a viver com um propósito eterno.
Que possamos, dia após dia, nos apegar à promessa de que o nosso Senhor voltará, confiando nEle, vivendo para Ele e proclamando a verdade de que Ele é a esperança do mundo.
“Certamente, venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus!”
(Apocalipse 22.20)
Editorial de Dimas Rodrigo
¹“É por isso que também nos esforçamos, quer presentes, quer ausentes, para lhe sermos agradáveis” (2 Coríntios 5.9 – ARA).
²Escatologia e a Vida de Santidade, Edison Naves, 2009.
³João 5.24; Romanos 8.38 e 39; Efésios 2.8 e 9; 1 João 5.11–13.
*Vide "O QUE CREMOS”: https://www.ibmaranata.org.br/sobrenos
Comments