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Amizades que Servem

Convido você a adentrar num tema que provavelmente não é um dos mais confortáveis de serem abordados, mas que certamente tem um valor inestimável. Falo sobre amizades, mas não aquelas amizades que você já tem há anos, ou aquele grupo que bate com todos os requisitos de amigos perfeitos. Não! Estou falando daquelas amizades que nunca acontecem, aquelas pessoas que muitas vezes passamos por elas nos corredores da igreja e damos aquele cumprimento tímido, ou até mesmo aquele companheiro de ministério que você já conhece há um bom tempo, mas nunca conversou muito. Minha pergunta é: por quê? Preguiça, desinteresse, falta de tempo, falta de afinidade, medos?

 

É comum vermos amizades no contexto cristão girando em torno daquilo que também é feito por não cristãos: clubinhos com preferências e gostos parecidos, da mesma faixa etária e nas mesmas fases da vida. Esse não foi o objetivo de Deus ao criar as amizades. E embora esse fato não seja dito, é algo praticado. Por exemplo, pessoas que não se casam, não tem filhos, ou ficam viúvos são quase que automaticamente excluídos de determinados grupos. Vemos grupos de amigos em que todos estão vivendo exatamente a mesma coisa e exatamente na mesma fase e idade. E ainda que afinidades e fases da vida sejam coisas que naturalmente nos unam a pessoas parecidas, não podem ser uma regra.

 

Com isso em mente, eu gostaria de propor um desafio: pense em seus amigos — aqueles que você se relaciona com mais frequência. O quão diferentes eles são de você e de sua realidade de vida? Você se relaciona com solteiros, se você é casado (e vice-versa)? Você, adulto 50+, já tomou um café com um jovem para conversar sobre os sonhos e desafios da vida? Ou até mesmo você jovem, tem buscado sair do seu grupinho de relacionamentos e levantado os olhos para ver pessoas que são diferentes de você, em outra fase da vida que poderiam acrescentar na sua caminhada?

 

Todos nós temos o que ensinar — tanto os mais velhos quanto os mais novos. O corpo de Cristo é diverso por uma razão! E essa razão não é para que tenhamos grupos divididos por idades ou interesses.

 

Amizades são polos nos quais Deus nos capacita a servir uns aos outros e sermos confrontados; não devem ser grupos fechados onde encontramos pessoas que são quase espelhos de quem nós somos ou que falam sobre tudo o que gostamos de falar ou nos apoiam em tudo o que queremos fazer. Os relacionamentos têm o propósito de nos fazer parecer mais com Cristo. São como “ferro que afia o ferro” — ferramentas dEle para trabalhar nos nossos corações — como diz em Provérbios 27.17. Amizades têm um propósito muito maior do que satisfazer os nossos desejos egoístas.

 

Você tem feito isso com seus irmãos em Cristo? Tem amado aquele irmão que, talvez não se encaixe no seu portfólio de amigo perfeito?

 

Não podemos fugir daquelas pessoas que nos deixam desconfortáveis. Devemos entender por que ficamos desconfortáveis e o que isso fala sobre o que temos de trabalhar nos nossos corações! E mais, precisamos pensar: como eu posso servir esse meu irmão? Como posso amá-lo?

 

Serviço é a palavra-chave ao falar sobre relacionamentos. É para isso que Deus nos chamou. É aquela frase que já conhecemos: “crente que não serve, não serve!”.


Diversas vezes categorizamos o momento de servir em um ministério específico que participamos, e quando não estamos nele, dizemos que agora queremos um espaço onde possamos relaxar e aproveitar com amigos próximos. E está tudo bem fazê-lo, desde que isso não se torne um padrão. O momento de serviço não é só reservado ao ministério que fazemos parte — mas, sim, a todos os relacionamentos que Deus colocou à nossa volta.

 

Sabemos que servir pode ser cansativo se feito com o foco errado. No entanto, quando feito com a visão correta torna-se fonte de grande satisfação e glórias a Deus.

 

Devemos nos relacionar com humildade, mansidão, longanimidade e suportando uns aos outros em amor, como diz em Colossenses 3.13, não buscando os nossos próprios interesses (1 Coríntios 13.5).

 

Aí, então, o foco estará em Cristo e não governado pelo nosso prazer, conforto ou bem-estar. Ao colocar o irmão em primeiro lugar — orando por ele, ouvindo mais e falando menos, nos habituamos a mudar sua perspectiva. E aquilo que era pesado e cansativo, começa a tornar-se satisfatório.

 

Quando olhamos para os relacionamentos como um polo de serviço estaremos muito mais dispostos a estar com pessoas diferentes e a sair da nossa zona de conforto. Ao abrirmos o nosso leque de possibilidades podemos usufruir da beleza diversa de irmãos que o Senhor nos presenteou em Sua igreja.

 

Para finalizar, deixo algumas dicas para você começar a praticar:


  • Ao final do culto resista à vontade de conversar somente com os mesmos amigos que você sempre conversa.


  • Busque pessoas diferentes, pessoas que você sabe que estão precisando de alguém para conversar ou até mesmo aquele irmão que você sempre admirou, mas nunca se aproximou por orgulho ou “timidez” (o orgulho mascarado).


  • Analise o grupo de estudo bíblico que você participa, e questione: este grupo tem me tirado da zona de conforto ou estou com os meus amigos de sempre? 


  • Avalie se tem servido estes irmãos do seu grupo ou simplesmente tem ido ali para consumir e sair de barriga cheia. Lembre-se: a essência do amor é dar, e a do egoísmo é receber.

 

Ore por isso. Peça a Deus que mostre como você tem falhado nessa área e como você pode servir mais a Ele em seus relacionamentos e ambientes onde foi soberanamente colocado.

 

Deus nos abençoe nessa jornada, e que sejamos cada dia mais servos e fiéis ao nosso Deus por onde passarmos!

 

Editorial de Gabi Chaves

Referências bibliográficas:

  • “Instrumentos nas mãos do Redentor”, Paul Tripp, Editora Nutra.

  • “Egoísmo, do amor a si mesmo ao amor ao próximo”, Lou Priolo, Nutra Publicações.

 
 
 

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