A mensagem do Evangelho coloca o cristão numa jornada de peregrinação na Terra. Com uma nova cidadania, o cristão está de passagem rumo à sua pátria nos céus (Fl 3.20). Essa jornada acontece num ambiente hostil e cheio de perigos (Sl 123.4). Esses perigos envolvem tanto o que está ao redor do peregrino como o que está dentro de seu coração. O que está ao seu redor envolve o escárnio desse mundo perverso e o ódio de pessoas más. Dentro do coração do peregrino está sua luta pessoal contra o pecado.
O perigo externo somado à perversão interna juntam forças para tentar o peregrino à impaciência, vezes retratada como incredulidade e, até mesmo, desânimo. Nesse contexto, a paciência submissa é forjada no coração do peregrino como expressão de fé. Olhando para Aquele que habita nos céus, o peregrino encontra o consolo próximo e seguro que sua alma abatida tanto aguarda (Sl 123.1).
Paciência
A paciência é diferente de tolerância. Paciência é uma expressão de fé de que a obra de Deus está em andamento e seu cumprimento é certo. A tolerância é simplesmente a conformidade com circunstâncias desfavoráveis, sem esperança.
O peregrino é testado em sua paciência enquanto sofre a ação conjunta da pressão ao seu redor e da perversão interior de seu coração. São o ódio daqueles que vivem despreocupadamente e a condição fragilizada de seu coração que montam a oportunidade para o peregrino depender de Deus. Com os olhos fixos no Senhor como única fonte de consolo seguro e próximo (Sl 123.2), o peregrino desenvolve paciência na peregrinação terrestre com o coração cheio do destino final: a presença do Senhor em sua habitação celeste.
Submissão
O plano de Deus em desenvolver paciência requer submissão. Nenhum peregrino é genuinamente paciente se também não for submisso. Submissão envolve fé. Ninguém será submisso ao Senhor e Seu plano se não tiver fé de que esse plano é o melhor, amoroso e sábio.
Juntando tudo
Mas quem pode crescer em paciência submissa? Quem é aquele peregrino que aguarda “pacientemente” o desenrolar do plano de Deus em meio a aflições por todos os lados? Quem é aquele peregrino que vive em submissão ao plano de Deus quando nada parece fazer sentido? O grito por misericórdia reconhece a incapacidade humana de alcançar o consolo que está nos céus (Sl 123.3). Por isso, os céus tiveram que descer até o peregrino (Jo 1). O Senhor que está sentado no trono dos céus desceu à Terra. Jesus Cristo é o Senhor e Salvador! Ele viveu entre nós oferecendo consolo seguro e próximo. Pacientemente, Jesus viveu entre os Seus quando os Seus não O quiseram. De forma submissa, Jesus cumpriu o que você e eu não conseguimos cumprir nem nos submeter! Ele foi paciente e submisso. Morreu a minha morte, morreu a sua morte. Para que? Para a glória de Deus e para o nosso bem. Jesus Cristo morreu para dar Sua vida em teu favor e para que você viva Sua vida através da tua.
A paciência submissa é forjada no coração daqueles que crêem que o socorro veio dos céus. É resultado de uma expressão de fé que Jesus Cristo está agindo e trabalhando em meio às aflições.
Editorial do Pr.Alexandre "Sacha" Mendes
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