top of page

Série: BiblicaMente - Entendendo Nossas Emoções e Aprendendo a Lidar com Elas

INTRODUÇÃO À SÉRIE (Gustavo Santos)


Somos seres complexos!


Sentimos coisas diferentes em momentos diferentes. Circunstâncias mexem conosco e trazem reações e sentimentos que, muitas vezes, parecem impossível de conter. Essas reações e sentimentos são o que chamamos de emoções. A Bíblia fala muito sobre elas. Faz sentido, uma vez que Deus nos criou para tê-las. Obviamente, no princípio elas eram todas boas e desejáveis. Mas com o pecado, emoções ruins entram em cena. E não só entram em cena, mas assumem o protagonismo. O ser humano que foi criado para viver com base em suas convicções, começa a ser direcionado por suas emoções. É como colocar a carroça à frente dos bois.


Sofremos com isso, e muitas vezes não sabemos como reagir. Tentamos substituir emoções, apenas para descobrir que não é tão simples assim.


Nessa série, olharemos com calma para algumas das emoções que sentimos. Todas elas têm uma raiz. E para cada uma delas, Deus nos dá uma resposta.

____________________________________________________________________________


ALEGRIA - A alegria está no coração de quem já conhece a Jesus


A alegria é uma emoção agradável e desejável. De uma forma geral, todo mundo quer alegria e a busca de uma forma ou de outra. Embora seja uma emoção comum na experiência do dia a dia, nem todo mundo entende a alegria como emoção criada por Deus, afetada pelo pecado e redimida por Jesus. É sobre isso que iremos tratar em nossa reflexão sobre a alegria. Queremos ganhar uma compreensão da alegria do ponto de vista de Deus, reconhecer como o pecado afetou a experiência da alegria e mais uma vez firmar nossa esperança em Jesus que transforma nossas emoções. Assim, esperamos crescer no exercício de uma alegria agradável ao Senhor, com passos práticos de obediência alegre.

 

A alegria na Criação

 

Desde o início a alegria foi parte integral da criação de Deus. Em Gênesis, vemos que Deus viu tudo o que havia feito e considerou “muito bom” (Gênesis 1.31). A alegria estava presente no jardim do Éden, onde Adão e Eva viviam em perfeita harmonia entre si, com Deus e com a criação. Essa alegria original era pura, completa e sem mácula. Era completamente centrada na pessoa de Deus e desfrutada em Sua plenitude. Notem isso: totalmente centrada em Deus.

 

A alegria distorcida pelo pecado

 

Com a entrada do pecado no mundo, a experiência da alegria foi profundamente afetada. O pecado trouxe dor, sofrimento e separação de Deus, distorcendo a alegria que antes era plena (Gênesis 3). Em vez de uma alegria constante e verdadeira, a humanidade passou a experimentar uma alegria passageira e muitas vezes ilusória. A busca pela alegria se tornou uma busca por prazeres momentâneos que não satisfazem plenamente. O que antes era centrado em Deus, passou a ser centrado no homem. A experiência e a busca pela alegria passaram a ser uma experiência desligada da pessoa de Deus e fadada ao fracasso. Na busca por alegria sem Deus, o homem colheu tristeza e confusão.

 

O livro de Eclesiastes capta bem essa jornada fútil de procurar alegria fora da pessoa de Deus e como um fim em si mesma. Eclesiastes oferece uma visão realista e muitas vezes sombria da busca humana por alegria e satisfação através de meios terrenos. Salomão, com toda a sua sabedoria e riqueza, conclui que essas buscas são fúteis e vazias quando centradas na vaidade. A verdadeira alegria e propósito são encontrados em temer a Deus e guardar os Seus mandamentos (Eclesiastes 12.13 e 14).

 

A experiência da alegria do povo de Deus

 

Ao longo da história de Israel, notamos expressões de alegria centrada na pessoa de Deus. Havia alegria como resposta à vitória sobre os inimigos (1 Samuel 18.6). Também estava relacionada aos atos religiosos envolvendo sacrifícios (Salmo 27.6) e festas como a Páscoa (2 Crônicas 30). Além desses eventos, a alegria era parte de um estilo de vida marcado por louvor (Salmos 20; 33; 47). Assim, a alegria volta em cena quando é centrada na pessoa de Deus, seja como expressão dos livramentos do Senhor como também na expectativa de Seu retorno (Isaías 35.10; Jeremias 31.13).

 

A redenção da alegria em Jesus

 

O Antigo Testamento apontava que a alegria verdadeira e perene se encontrava em Deus, mas o caminho de acesso à verdadeira alegria era repleto de mistérios que seriam desvendados em Jesus, em quem desfrutamos a plenitude da alegria divina. Nossa esperança precisa se voltar a Jesus Cristo, que veio ao mundo para redimir todas as coisas, incluindo nossas emoções. Ele nos oferece uma alegria que não depende das circunstâncias externas, mas que é enraizada em nosso relacionamento com Ele. Em João 15.11, Jesus diz: “Tenho-vos dito isto, para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa”. Através de Sua morte e ressurreição, Jesus nos reconcilia com Deus e restaura a alegria verdadeira em nossos corações. Sim, “a alegria está no coração de quem já conhece a Jesus”.

 

Durante Seu tempo na Terra, Jesus ensinou que a verdadeira alegria não está em nossas boas e piedosas realizações, mas em nosso relacionamento permanente com Deus (Lucas 10.20). Mesmo em meio ao sofrimento, podemos ter alegria como resposta à nossa identificação com o sofrimento de Jesus (Mateus 5.12; 1 Pedro 4.13). Em tempos difíceis, lembremos que nossa alegria está ancorada no Senhor, por isso, “alegrai-vos sempre no Senhor” (Filipenses 4.4). E será na atuação do Espírito Santo usando a Palavra de Deus para nos ajudar a caminhar com Jesus que iremos desenvolver mais da alegria no Senhor (Gálatas 5.22).

 

Crescendo em alegria

 

Esse panorama é útil, mas ainda parece não resolver o dilema do dia a dia quando nossas experiências são marcadas por tristezas e não por alegrias. O que fazer? Será que tem algo que possamos fazer para “ligar o interruptor da alegria”? Não temos esse interruptor! Temos algo melhor: um Salvador! Um Salvador que se compadece de nossas fraquezas e se tornou a razão da nossa alegria (Hebreus 4.14–16). Jesus conhece nossa tristeza e nos salvou para redimir para Si mesmo um povo (Tito 2.14).


É por essa razão e nesse contexto que cultivamos a alegria:


  • Orando: a oração nos conecta com Deus e nos permite experimentar Sua presença e alegria.

  • Lendo a Bíblia: a Bíblia é uma fonte inesgotável de alegria e sabedoria. Meditar nas Escrituras nos ajuda a alinhar nossos corações com a vontade de Deus.

  • Com comunhão com os santos: a comunhão com outros crentes nos fortalece e nos encoraja a viver uma vida de alegria em Cristo.

  • Servindo ao próximo: o serviço aos outros nos ajuda a tirar o foco de nós mesmos e a encontrar alegria em abençoar os outros.

 

A alegria é uma emoção profunda e significativa que Deus deseja que experimentemos em Sua plenitude. Embora o pecado tenha distorcido nossa experiência de alegria, Jesus nos oferece uma alegria redimida e completa. Ao buscarmos Jesus, unidos como Seu povo, iremos experimentar a alegria do ponto de vista de Deus, em conformidade com Sua boa, perfeita e agradável vontade.

 

Editorial do Pr. Alexandre “Sacha” Mendes


 

Comments


bottom of page